Adquirir o produto de uma marca desconhecida, sempre provoca certa insegurança, não é mesmo? Não é bem melhor quando a gente tem a indicação de alguém que admira, ou que simplesmente já testou o produto antes? É mais ou menos por este caminho, que a publicidade vem pegando carona com o sucesso de alguns influenciadores digitais. Bloggers, Youtubers, digital influencers, produtores de conteúdos, creators, etc. Os nomes são muitos e renderiam assuntos para vários artigos.
Há poucos anos, os formadores de opiniões eram constituídos, principalmente, por jornalistas e celebridades, que só ganhavam visibilidade a partir do espaço que tinham em veículos comunicação de massa, como revistas, jornais, rádio, televisão e cinema. Agora, com a possibilidade de segmentação de interesses proporcionada pela internet, uma mesma pessoa que pode ser celebridade e influenciador em um contexto, e ser anônima em outro.
Esta segmentação passa pelas mais diversas, possíveis e inimagináveis áreas de interesse. Podem ser especialistas em games, maquiagem ou adestramento de cães, não importa a área de atuação, certamente haverá algum nicho de público interessado. Não demorou muito para o marketing perceber esta movimentação e aproveitar o “boca à boca virtual” para otimizando suas vendas através do aval de influenciadores digitais.
Em um primeiro momento, as marcas começaram a enviar seus produtos como cortesia para os bloggers darem as suas opiniões. A estratégia começou a gerar resultados, e as marcas passaram a patrocinar a indicação dos produtos. Depois disso, os influenciadores ultrapassaram o âmbito digital e começaram a ser chamados para comerciais, escrever livros, serem convidados para atuar na televisão e conquistaram outras áreas do mercado.
Em 2016, uma pesquisa da Snack Inteligence divulgou que quatro youtubers brasileiros ranqueavam entre os dez mais influentes do mundo, sendo o piauiense, Whindersson Nunes, o segundo colocado. A pesquisa, avaliou taxas de engajamento, visualizações, quantidade inscritos e frequência de postagem, estabelecendo métricas de influência de 0 a mil, na qual o brasileiro do Piauí alcançou 876 de pontuação.
Whindersson iniciou na rede com vídeos caseiros que traziam dramas da sua realidade social e pessoal em formato de humor. Em pouco tempo, ganhou popularidade e atualmente conta com mais de 32 milhões de inscritos no seu canal. O sucesso é tão grande que ultrapassou as redes, e o digital influencer já foi protagonista de campanhas publicitárias de grandes marcas como Oi, Tele Sena e Bob’s.
Segundo de o relatório “Global Digital 2018”, promovido pelas organizações We Are Social e Hootsuite, o brasileiro passa, em média, mais de 9h por dia navegando na internet, ocupando a terceira posição no ranking mundial. Além disso, a pesquisa aponta que o Brasil é dos poucos países em que a média de tempo gasto nas redes socias diariamente ultrapassa de 3 horas e meia.
Estes são alguns dos dados que demonstram a força da internet na formação de opinião das pessoas e, consequentemente, o quanto os influenciadores digitais podem alcançar as pessoas de determinados vertentes de interesse. As próprias grandes empresas de veiculação destes conteúdos, como o YouTube e o Facebook, já se referem aos bloggers como criadores. De fato, não só novos conteúdos são produzidos, como novos formatos que cativam os púbicos, com meta de likes, desafios de compartilhamento e promoções. comem
Luana Feldens é jornalista e gestora de mídias digitais da Conceito