Aconteceu há mais de 20 anos.
Domingão. Praia, família, etc.
A AMASE tinha uma sede de praia ali perto do Hotel Parque dos Coqueiros. Zé Emídio – meu pai – era Presidente da AMASE e como tal prestigiava a associação chamando todos para irem curtir o domingo lá.
Poucos apareciam. Antonio Goes, Antonio Ferreira, Manoel Cândido algumas poucas vezes, Valmir Nascimento e outros amigos contados.
Num desses domingos somente Antonio Goes apareceu e logo foi embora beber umas cervejas em Cabo Duda que ficava – e ainda fica – logo em frente.
Zé Emídio o acompanhou e ficamos na sede, eu, minha mãe, meu irmão e minha avó por parte de mãe que tinha o apelido de ‘Dona Maricas’.
Após umas 10 saideiras meu pai resolveu tomar um banho de mar e assim foi. Ao sair da água vislumbrou uma moça de seus 23 anos desfilando com um biquíni fio-dental daqueles beeeeeeem enterrados.
Saliente como era, Zé Emídio não descuidou de apurar a vista e largar aquela pergunta indiscreta e despropositada:
– MINHA FILHA, ESTE NEGÓCIO AÍ ENTERRADO NÃO INCOMODA NÃO?
A moça, já não tão moça assim, caminhou mais uns 03 passos, rodou a cabeça e os cabelos, franziu a testa, deu um sorriso de canto de boca e tascou:
– INCOMODA MENOS DO QUE ESTA MERDA VELHA QUE VOCÊ TEM NO MEIO DAS PERNAS
Imaginem a indignação de Zé Emídio.
Estupefato, sem resposta, dirigiu-se à sede da AMASE e contou o caso. Minha vó sorriu de cair e passou vários anos sorrindo da cara de meu pai.