A passagem de Bemvindo Sequeira por Sergipe acabou influenciando na criação do mais importante grupo teatral em Sergipe, o Imbuaça, primeiro a conquistar públicos internacionais para a nossa arte cênica. Duas vertentes se formaram da experiência do Teatro Livre da SCAS, criado por Bemvindo: o Imbuaça e o Teatro de Virginia Lucia Menezes, abordando causas políticas a serviço da população sem voz. Um teatro com objetivos políticos, conforme nos ensinara Bemvindo.

O que remeteu o Grupo Imbuaça ao reconhecimento internacional foi a sua capacidade de desmunicipalizar-se, de absorver técnicas e práticas teatrais universalizadas, de colocar Sergipe orgulhosamente se exibindo com as cores do seu inusitado tropicalismo, crescendo em cores e dramaturgia nos chãos do mundo, para que o mundo conhecesse o nosso tom de voz e a tonalidade da nossa arte.
E em fazendo assim, o Imbuaça acertou em cheio.

 

Porque, definitivamente, nunca haverá uma arte genuinamente sergipana, alguma prática cultural dissociada do todo, qualquer prática provinciana que nos remeta a alguma exclusividade, nada que nos leve a pretender que haja uma “Arte Eminentemente Sergipana” . Mas haverá sempre a arte humana pipocando aqui e ali, liberta e sem fronteiras.

 

Hoje, como sempre sob a orientação de Lindolfo Amaral, o Imbuaça é uma grife incomparável na cena teatral sergipana e um significativo momento para todos nós.
Aos 37 anos de atividade, não há quem não se orgulhe do Grupo Imbuaça.

Amaral Cavalcante – agosto/2014