Quinta-feira, ou seria sexta, esqueci… Não riam, afinal de contas quem não se esquece das coisas? Quem não já esqueceu por exemplo, as chaves. Quantas não já foram consideradas perdidas? Tem gente que esquece onde botou o celular, ah este então é recordista de esquecimento, eu mesmo já esqueci, várias vezes.

A ultima foi a maior bobeira, foi no caixa eletrônico. Entrei no maquinário do banco e fui logo colocando o celular numa espécie de prateleira, parece ter sido concebida para se colocar o aparelho ali, ou as chaves mesmo. No meu caso foi o celular. Fiz a operação e sai deixando pra trás o símbolo da modernidade que insiste em me pregar peças. Levei uma geração para aprender a operar aquilo.

Quando me lembrei do aparelho, corri de volta ao banco mas, como sempre acontece, já não estava mais lá. Para mim, todos aqueles rostos eram o do homem que pegou meu telefone. Eu olhava para eles, mas me envergonhei da pataquada, deixar um smartphone assim…”vacilão” seria chamado assim.

Aqui mesmo na redação, nós temos uma caixa para se colocar os aparelhos esquecidos, a caixa só vive cheia. Quem já não esqueceu diversas vezes um guarda-chuva em qualquer lugar. E vocês já se deram conta de que ninguém volta para tentar encontrar, e perde durante a sua vida outros tantos guarda-chuvas.

Canetas, dentaduras, relógios, bolsas, malas, brinquedos, papeladas, contas, chaves, celulares fazem parte dos esquecidos nos milhares de “achados e perdidos” por este mundo afora, onde encontramos cada coisa, pianos, violões, mochilas, pastas, próteses, como pernas, no metrô. Joias, bijuterias ou verdadeiras jóias, carnês do IPTU, bom esse de propósito…mochila sobre rodas e acreditem, caixões de defuntos. Esquece-se do sal no molho ou colocamos em demasia, esquece-se dos remédios, de uma festa. Absurdos como esquecer pessoas dentro de automóveis.

Paro por aqui. Não me lembro o que ia procurar, só sei que esqueci. Ah! Era a receita de novos óculos, para esquecer num cash qualquer. Por falar em esquecer, onde estão as minhas chaves do carro? Opa! Eu não tenho carro. De quem seriam, então, estas chaves?